Cresce a presença chinesa no mercado de máquinas agrícolas e de construção no Brasil
São Paulo – A crescente presença das máquinas chinesas no mercado brasileiro acende um alerta importante para a indústria nacional.
Segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o avanço das importações vindas da China tem afetado diretamente os setores de máquinas agrícolas e de construção, com impacto crescente nos últimos anos.
Atualmente, os equipamentos chineses já representam 30% das vendas totais de máquinas no Brasil, participação que vem aumentando de forma constante: há dez anos era de 18%, subindo para 25% em 2023 e atingindo os atuais 30%, de acordo com Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq.
No setor de máquinas agrícolas, esse movimento é mais recente, mas já significativo: a participação das marcas chinesas saltou de 9,7% para 13,2% entre 2023 e maio de 2025, sinalizando um avanço firme e gradual.
“Esse crescimento já nos fez acender uma luz amarela. No setor de máquinas como um todo esse movimento da China já ocorre há décadas, mas agora começa a impactar fortemente também o setor agrícola”, comenta Zanella.
Riscos para a indústria nacional e o consumidor
A expansão da presença chinesa preocupa a Abimaq não apenas pelos efeitos diretos sobre o mercado, mas também pelas implicações estruturais para a economia brasileira.
“O grande risco para as fabricantes nacionais é a substituição gradual por máquinas importadas. Já vimos esse filme no setor de máquinas têxteis, que praticamente desapareceu no Brasil”, alerta a diretora.
Para o consumidor, a questão da qualidade dos equipamentos deixou de ser uma barreira, já que os produtos chineses evoluíram tecnologicamente. O desafio agora está no pós-venda, principalmente no segmento agrícola, onde o suporte técnico é essencial, sobretudo para os pequenos produtores. Em muitos casos, a falta de assistência técnica leva ao abandono de equipamentos relativamente novos.
Medidas e expectativas do setor
A Abimaq tem buscado diálogo com o governo federal e alerta para a necessidade de ações estruturais e medidas específicas contra a prática de dumping e a entrada irregular de equipamentos.
“Existe uma preocupação real do governo com a indústria nacional. Estamos trabalhando para aumentar a competitividade, mas há entraves antigos, como juros elevados e carga tributária excessiva”, afirma Zanella.
Desempenho do mercado em 2025
Apesar das preocupações, o mercado tem mostrado sinais de recuperação em 2025:
- Máquinas agrícolas: crescimento de 22,8% nas vendas de janeiro a maio, superando a expectativa inicial de 8%.
- Linha amarela (construção): crescimento de 17,3% até maio, mesmo com uma leve retração no último mês.
Plano Safra e projeções
O novo Plano Safra segue priorizando os pequenos produtores, com taxas mais atrativas, mas os grandes produtores continuam sem cobertura adequada, o que pode limitar o fôlego do setor.
“Liberaram R$ 15 bilhões, mas isso não cobre nem 20% da demanda do setor. Mesmo assim, acreditamos que o crescimento do segmento agrícola deve fechar o ano com alta de dois dígitos”, projeta Zanella.
Para o setor de construção, a perspectiva também é positiva, especialmente com a proximidade do ano eleitoral em 2026, que tradicionalmente impulsiona investimentos em obras públicas.
📸 Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq.
Foto: Divulgação
Fonte: Canal Diesel | www.canaldiesel.com.br
Com informações da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
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Cresce a presença chinesa no mercado de máquinas agrícolas e de construção no Brasil
Reviewed by Redação Canal Diesel
on
16 julho
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