CBA 2025: COP30 pode abrir caminhos para o agro brasileiro
A importância dos investimentos para a competitividade do agro é tema no 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio
Painel do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio tratou do tema "Alimentos, Energia e Inovação" Crédito foto: Gerardo Lazzari |
A importância dos investimentos para a competitividade do agro, a formação de parcerias estratégicas e a maior articulação institucional foram os temas centrais dos debatedores do painel “Alimentos, Energia e Inovação”, durante o 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 - a bolsa do Brasil, que acontece nesta segunda-feira (11/8), em São Paulo (SP).
De acordo com Marcio Santos, CEO da Bayer Brasil, o agro foi uma construção muito positiva, com investimentos contínuos em inovação, que permitiram, por exemplo, o país ter uma segunda safra produtiva e sustentável.
“Se o cenário externo se resolvesse hoje, nós estaríamos preparados para atender o mercado global? Será que o construímos ao longo dessas décadas, ainda estamos mantendo? Essas perguntas são fundamentais porque temos que acreditar que podemos manter nossa trajetória de crescimento”, explicou.
Para ele, a COP30 será uma oportunidade e um marco para reposicionar o país.
“Esse evento pode abrir caminhos para dialogar com nossos e novos parceiros”, pontuou.
Ele alertou para entraves internos à competitividade do Brasil:
“Na minha opinião, falta ambiente institucional para sermos mais competitivos. Deixo aqui uma reflexão sobre o que já construímos nestes últimos 50 anos e como vamos pensar os próximos anos e esta trajetória do agro".
Alfredo Miguel, diretor LATAM da John Deere, destacou o papel da diplomacia, que precisa estar presente sempre, mas focada na realidade e nos desafios para discutir as soluções.
Por outro lado, o setor privado vai precisar se reorganizar em termos de custos, cadeia de fornecedores e exportação para se manter competitivo.
“É importante que o governo tenha um plano de curto e médio prazo para seguirmos competitivos juntos. O agro precisa liderar o Brasil com ciência, tecnologia e inovação para continuarmos nessa crescente expansão do setor”, afirmou Miguel.
A diversificação é a base da resiliência, segundo Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
“Reconhecemos que o ciclo das commodities existe, e que os problemas geopolíticos e econômicos vêm e vão. Manter-se diversificado usando a inovação é a saída para manter a empresa crescendo em momentos difíceis. Com base nesta estratégia conseguimos realocar investimentos”, explicou.
Tomazoni defendeu o papel de uma agência de comércio exterior (trade) como instrumento estratégico do país:
“Que poderia ser a ponte para projetar o Brasil, não só o produto, mas o jeito e a forma de fazer e a tecnologia tropical de produção brasileira".
Durante o painel moderado pelo jornalista William Waack, Larissa Wachholz, Senior Fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), alertou para o desconforto crescente da China com a dependência de exportações do Brasil e dos EUA.
Segundo ela, os chineses já estão em busca ativa de diversificação de fornecedores.
Wachholz defendeu uma abordagem mais pragmática e aberta do Brasil nas parcerias internacionais, sem alinhamentos automáticos.
“Precisamos pensar em nossas dependências como país — seja em fertilizantes ou outros insumos — e nos beneficiar da inovação e diversidade dos parceiros, sem privilegiar um ou outro. É preciso desenvolver novos mercados e não vender barato. Olhar para o mundo, entender suas necessidades e complementar um ao outro”, analisou.
Fonte: ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio
Mecânica Comunicação Estratégica
Site: www.abag.com.br
Realização: ABAG e B3
Matéria publicada pelo Canal Diesel, mídia especializada no setor automotivo, agrícola e industrial.
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Data do evento: 15 de Agosto 2025
Avaliação: 5/5