O Peso do Passaporte: por que ainda desconfiamos do pneu importado



Por Pedro Gobbi

Introdução

O técnico da Seleção Brasileira é estrangeiro.
O motor do caminhão é alemão.
O celular é chinês.
Mas o pneu… precisa ser nacional?

Na estrada — como no futebol — o que importa de fato é o desempenho.
E quando o resultado aparece, a origem perde relevância.

No entanto, muitos ainda veem o pneu importado com desconfiança: como se o país de fabricação falasse mais alto que o teste em campo, a quilometragem real ou o custo por km.
Será que estamos avaliando com técnica — ou julgando por tradição?

Este artigo vai além de bandeiras.
É sobre resultado.

Importações em alta x embate do preconceito

Entre 2017 e 2024, as importações de pneus asiáticos cresceu de forma significativa — com marcas como China, Vietnã, Índia e Malásia dominando o panorama.

Preços competitivos, tecnologia e distribuição avançada derrubaram o status quo da indústria tradicional.

Mesmo assim, frases como “importado não aguenta peso”, “chinês não presta” e “só o nacional é confiável” ainda ecoam nos pátios e nas decisões de compra.

Casos reais: quando o importado entrega mais

Em uma frota do interior do Paraná, observei pneus asiáticos de aplicação urbana superarem os nacionais em quilometragem e recapabilidade — enquanto o concorrente brasileiro, além de mais caro, apresentou falhas estruturais.

Esses casos não são exceção. São cada vez mais comuns.

Importado x Nacional: o que importa de verdade

Há produtos nacionais excelentes: com pós-venda estruturado, tecnologia moderna e garantia confiável.

Mas o que importa de verdade?

  • Critério
  • Aplicação correta
  • Suporte técnico
  • Análise de CPK/TCO
  • Resultado operacional

A análise deve ser técnica, não ideológica. Tanto o importado quanto o nacional podem ser soluções — dependendo da escolha e da aplicação.

Proteção ou peso no bolso?

Em 2025, foi renovada por até 5 anos a taxa antidumping sobre pneus asiáticos.

A justificativa é proteger a indústria nacional. Mas a conta é paga pelo transportador — que sofre com margens apertadas, diesel caro e manutenção constante.

O protecionismo pode ser um tiro no pneu se for usado sem olhar a realidade da estrada.

Resultado não tem bandeira

Quem está na operação real sabe disso: resultado não tem bandeira.

Tem CPK, recapabilidade, segurança e eficiência.

Pneus importados têm surpreendido — e nacionais, entregue valor. A diferença? Aplicação, análise técnica e transparência.

Conclusão: o pneu certo é estratégia, não ideologia

O peso do passaporte não deveria afetar sua escolha.

Se o híbrido entrega mais performance por km, é solução — não ameaça.

O setor precisa abandonar preconceitos e avançar com decisões inteligentes, técnicas e bem fundamentadas.


Pedro Gobbi
Especialista em Pneus • Escritor • Estratégia Comercial





Canal Diesel — www.canaldiesel.com.br •

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Data do evento: 02 de setembro 2025
Avaliação: 5/5


O Peso do Passaporte: por que ainda desconfiamos do pneu importado O Peso do Passaporte: por que ainda desconfiamos do  pneu importado Reviewed by Redação Canal Diesel on 02 setembro Rating: 5

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